Hoje falamos sobre o processo de desenvolvimento das crianças. Deixamos algumas reflexões sobre a motivação e os estímulos que são transmitidos em ambiente de Jardim de Infância. Cabe aos pais acompanhar as evoluções de perto e com paciência.
Dentro do processo de desenvolvimento normal de uma criança deve-se esperar que se consigam os objectivos que são previsíveis. Estes, por sua vez, devem coincidir concretamente com aquilo que a criança faz e gosta de fazer.
(…)tudo o que for conseguido sob o efeito das pressões exercidas sobre ela não tem valor.
Alguns pais esperam que quando os seus filhos vão para o Jardim de Infância aprendam, além de brincar, alguns conhecimentos. Temos como exemplo o alfabeto, fazer operações de aritmética e aprender a ler.
É verdade que a criança poderá estar em condições de aprender estas coisas e ainda mais, mas esta aparente vantagem, poderá ser absolutamente passageira se não corresponder a uma motivação da criança
Outra das consequências negativas que surge em casos de pressão em relação à aprendizagem não desejada é que as crianças chegam a convencer-se que devem aprender para satisfazer os seus pais. E o que é pior, chegam também a pensar que, se o não fizerem, os seus pais chegarão a deixar de tomar conta delas. É possível que a aprendizagem seja conseguida, mas é certo também que nas crianças vão surgir situações de ansiedade e insegurança. Assim, quanto mais contentes estiverem os pais, devido aos êxitos excepcionais dos seus filhos, mais problemas estarão a causar-lhes, nesta corrida contra a sua natural inclinação.
Ter a certeza de que a criança tem prazer aprendendo, deveria tornar-se numa das principais metas educativas dos pais
No entanto, quando a capacidade espontânea da criança é estimulada e lhe são apresentadas ocasiões de experiências e manipulações que são atraentes para ela, o progresso no crescimento intelectual produz-se de modo brilhante. Não existe nada mais interessante para uma criança do que aproximar-se da realidade de um mundo que a fascina e que não deixa de a surpreender, constantemente, com novas oportunidades e conhecimentos.
Desta forma, conseguem-se totalmente os objectivos, e sem prejudicar nem a capacidade nem a personalidade da criança. Cresce e aprende desfrutando constantemente.
Ter a certeza de que a criança tem prazer aprendendo, deveria tornar-se numa das principais metas educativas dos pais. E isto é conseguido dando oportunidades e deixando que seja a criança a exigir de si mesma. Qualquer formação é auto-formação.
Lurdes Fernandes – Educadora de Infância
Mundo das Tropelias
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