O São Martinho é celebrado sempre de uma forma muito especial no Mundo das Tropelias. Festejamos com as crianças do Jardim de Infância e ATL esta data especial!
Nesta época, as castanhas são a figura principal…para uma festa de convívio e nas muitas actividades pedagógicas que se realizam nas várias faixas etárias escolares.
Alguns dias antes do São Martinho começam os preparativos: chegou a hora de colocar mãos à obra. Os nossos pequenos artistas criam algumas peças para a decoração das salas do jardim de infância e ATL.
Preparamos a nossa bancada São Martinho a rigor! Claro, com direito a castanhas assadas!
Para festejar a chegada do São Martinho preparamos o nosso “foguete de castanha”.
Há muitos anos atrás, num certo dia de outono, um soldado romano chamado Martinho viajava montado no seu cavalo. Chovia torrencialmente, trovejava… e o céu estava tão escuro que parecia que ia anoitecer muito mais cedo do que o normal para aquela época do ano. Era, na verdade, uma grande tempestade.
Martinho seguia o seu caminho quando ouviu uma voz pedindo socorro.
Era um mendigo, cheio de frio, que pedia ajuda a quem passava naquela estrada.
Martinho parou o seu cavalo para ajudar aquele pobre homem. Ele tremia, estava cheio de frio e já se sentia fraco.
Martinho tirou a capa que lhe cobria as costas, cortou-a ao meio com a sua espada e ofereceu metade da capa ao mendigo, para que ele se agasalhasse e se protegesse contra o frio que se fazia sentir naquele dia de outono, que mais parecia um dia de inverno.
Assim que Martinho cobriu o mendigo com metade da sua capa, a tempestade passou, o céu ficou azul, a chuva parou e o sol aqueceu a Terra com os seus raios quentes, como se quisessem abraçar o soldado Martinho por aquela boa ação. Parecia um dia de verão.
Ouvi dizer: “ que a partir desse dia, todos os anos, o sol costuma aparecer para aquecer a Terra e lembrar a todas as pessoas crescidas, e a todos os meninos, esta boa ação de S. Martinho, para que sigam o exemplo e sejam amigos uns dos outros. É o verão de S. Martinho.
O céu estava cinzento e quase nunca aparecia o sol, mas enquanto não chovia os meninos iam brincar para o jardim.
O jardim era muito grande e bonito, era rodeado por uma grade pintada de verde, para evitar o perigo de os automóveis entrarem e atropelarem os meninos que corriam e brincavam à vontade, de muitas maneiras: uns andavam nos baloiços e nos escorregas, outros deitavam pão aos patos do lago, outros metiam os pés por entre as folhas secas e faziam-nas estalar – crac,crac – debaixo das botas, outros corriam de braços abertos atrás dos pombos, que se levantavam e fugiam, também de asas abertas.
Era bom ir ao jardim. E mesmo sem haver sol, os meninos sentiam os pés quentinhos e ficavam com as bochechas encarnadas de tanto correr e saltar.
Uma vez apareceu no jardim uma menina diferente: não tinha bochechas encarnadas, mas uma carinha redonda, castanha, com dois grandes olhos escuros e brilhantes.
– Como te chamas? – perguntaram-lhe.
– Maria. Às vezes chamam-me Maria Castanha.
– Que engraçado, Maria Castanha! Queres brincar?
– Quero.
Foram brincar ao jogo do apanhar. A Maria Castanha corria mais do que todos.
– Quem me apanha? Ninguém me apanha!
-Ninguém apanha a Maria Castanha!
Ela corria tanto. Corria tanto que nem viu o carrinho do vendedor de castanhas que estava à porta do jardim, e foi de encontro a ele. Pimba! O saco das castanhas caiu e espalharam-se pelo chão.
A Maria Castanha caiu também e ficou sentada no meio das castanhas.
– Ah. Minha atrevida! – gritou o vendedor de castanhas todo zangado.
– Foi sem querer – explicaram os outros meninos.
– Eu ajudo a apanhar tudo – disse Maria Castanha, de joelhos a apanhar as castanhas caídas.
E os outros ajudaram também. E as castanhas ficaram apanhadas num instante.
– Onde estão os teus pais? – perguntou o vendedor de castanhas à Maria Castanha.
– Foram à procura de emprego.
– E tu?
– Vinha à procura de amigos.
– Já encontraste: nós somos teus amigos – disseram os meninos.
– Eu também sou – disse o vendedor de castanhas.
E pôs as mãos nos cabelos da Maria Castanha, que eram frisados e fofinhos como a lã dos carneirinhos novos.
Depois, disse:
– Quando os amigos se encontram é costume fazer uma festa. Vamos fazer uma festa de castanhas. Gostam de castanhas?
– Gostamos! Gostamos! – gritaram os meninos.
– Não sei. Nunca comi castanhas, na minha terra não há – disse Maria Castanha.
– Pois vais saber como é bom.
E o vendedor deitou castanhas e sal dentro do assador e pô-lo em cima do lume.
Dali a pouco as castanhas estalavam… Tau! Tau!
– Ai, são tiros? – assustou-se a Maria Castanha, porque vinha de uma terra onde havia guerra.
– Não tenhas medo. São castanhas a estalar com o calor.
Do assador saiu um fumo azul-claro a cheirar bem.
Quando as castanhas já estavam assadas e muito quentes o vendedor deu à Maria Castanha e aos seus amigos.
– É bom é! – ria-se Maria Castanha a trincar as castanhas assadas.
– Se me queres ajudar podes comer castanhas todos os dias. Sabes fazer cartuchos de papel?
A Maria Castanha não sabia mas aprendeu. É ela quem enrola o papel para fazer os cartuchinhos onde o vendedor mete as castanhas que vende aos fregueses à porta do jardim.
Maria Castanha é o nome da personagem principal da história que tem algo em comum com as castanhas: a cor da pele. Esta menina, que vem de África, descobre que ter amigos é bom e comer castanhas quentinhas também.
– que é bom fazer atividades ao ar livre e em segurança;
– que existem meninos com aspeto diferente porque têm origem em continentes diferentes;
– ficam a conhecer melhor a castanha;
– a estação do ano em que esta nasce – o outono;
– como se assam as castanhas;
– os vendedores de castanhas e os utensílios próprios para assar castanhas;
– e como se faz um cartucho para castanhas assadas.
O dia de São Martinho é celebrado de uma forma muito especial no Mundo das Tropelias. As crianças adoram participar nas atividades, sempre com uma mensagem pedagógica.
Vemo-nos para o ano São Martinho!
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